"The Company man" passou relativamente despercebido entre nós. E contudo é um filme bastante realista sobre "a crise" actual. A crise que despede milhares de trabalhadores e descarta a actividade produtiva, enquanto os headquarters se mudam para novas instalações... porque é importante "manter as aparências" para "os mercados"!
Como consultora deparo-me com empresas que se debatem com dificuldades e mostram uma grande incapacidade para repensarem os respectivos negócios à luz do enquadramento real e insistem em participar em Feiras sem qualquer retorno apenas porque deixar de ir seria admitir a existência de problemas e se recusam a ter a sede junto às fábricas, onde está o "negócio real" para manter um status quo que não se traduz em nada... e por aí em diante.
Trabalhar em INOVAÇÃO tem tornado bastante claro que muitas empresas portuguesas, antes de pensarem em "produtos inovadores", têm de repensar os seus modelos de gestão, de criar culturas inovadoras, potenciar as relações de cooperação (e mesmo de coopetição) com clientes, fornecedores e colaboradores ...de construirem organizações inovadoras!
E sobretudo de ter a noção clara de que o que nos trouxe até aqui foi uma "anti-economia" assente em produção de riqueza, mas não na produção de valor. Apenas a produção de valor é sustentável e constrói a perenidade dos negócios. Tal como no final deste filme - recomeçar em cima dos valores reais...
1 comentário:
Tem razão! É todo um ciclo que tem que ser fechado, mas penso que só qd atingir mais de 70% da população, quando as pessoas estiverem a bater bem no fundo vão compreender o vizinho do lado e vão querer mudar, até lá há muitos ainda com o seu emprego e que até acham que quem descontou uma vida inteira para o subsídio de desemprego "são uns calões que não querem fazer nada", é bastante injusto para quem fica desempregado com idades já interditas ao mercado de trabalho ,cidadãos que sempre cumpriram com as suas obrigações e que nunca tenham utilizado estes subsidios sejam constantemente apelidados de calões, e agora levamos com os abutres de fora e impõem-nos regras como se fossem donos da verdade! medidas extremamente vexatórias, humilhantes, que pretendem tirar a dignidade a quem sempre foi digno, quando as pessoas têm oportunidades minimamente satisfatórias, as pessoas aproveitam-nas! a questão é quando querem que impor que as pessoas ganhem 500 Euros por mês, uns trabalham outros ganham. Sou contra greves mas há dignidade a ser salvaguardada, se calhar passa por um movimento tipo "força dos trabalhadores" em que seja reforçado o papel do trabalhador, quando existe justiça as pessoas são mais felizes e produzem mais, é como as as crianças quanto mais motivadas mais dão e mais felizes.
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