Sporting - Manchester
(Liga dos Campeões: Sporting 0 – Manchester 1)
Hoje as bocas do costume a seguir a um desaire foram ligeiramente diferentes: diziam respeito aos aplausos no estádio ao golo que nos derrotou.
Antes de mais fico sempre feliz quando o SPC se destaca pela positiva, e numa altura em que o seleccionador nacional esmurra um adversário, acho sempre que um contributo para a elevação moral das sociedades é o desígnio dos escolhidos… snobisses à parte parece-me que só quem estava no estádio se apercebeu do que realmente se passou.
Já todos sabíamos que quando se entra em campo é para ganhar: o Sporting fez o que sabia na 1ª parte, e até sabia mais do que eu sabia que a equipa sabia… e a superioridade física, a maturidade e os “valores” do Manchester evidenciaram-se na 2ª parte – no surprises! O Cristiano Ronaldo marcou como marcaria num qualquer outro jogo - outro tipo de atitude seria um insulto… prevendo essa eventualidade até já tinha avisado (sobretudo para dentro do Manchester) que não festejaria. Espontaneamente (ou mesmo que assim não fosse – os melhores improvisos são sempre os bem estudados…), dirigiu-se à “curva” e mostrou o seu constrangimento.
É normal que os sportinguistas também já tivessem pensado no que fariam se o Ronaldo marcasse… mas mesmo que o não tivessem feito, há uma coisa que é sagrada no Alvalade XXI: quem se ouve é o Sporting! Se a equipa joga mal somos os primeiros a assobiar, agora os visitantes não nos maçam com os seus cânticos sejam eles “bifes” ou não. Na verdade foi isto que se passou: quando o Ronaldo marcou os do Manchester acharam que se iam fazer ouvir. Se as circunstâncias fossem outras assim que levantaram a voz teriam sido calados com uma assobiadela monumental, mas como isso equivaleria a assobiar o Ronaldo, calámo-los com luva branca: aplaudimos o golo adversário e iniciámos um “cântico” nosso! – claro que não se ouviu mais Manchester! Foi tão simples quanto isto! E ainda ficámos bem na fotografia do “fair play”!
PS: Admito que isto não seja automático para outros clubes e outros adeptos. Estive no Benfica-Guimarães e muito me admirou ver (ouvir) como 600 vimaranenses calaram 52.000 benfiquistas!
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