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Quando o "560" não quer dizer PRODUTO PORTUGUÊS...

As grandes renovações sociais são quase sempre feitas de "baixo para cima".
Neste momento, por reação àquilo que nos parecem agressões externas, assiste-se a um certo "tocar a reunir". Ele é vídeos a exaltar os feitos (passados e presentes de Portugal), comentadores a defender o país com unhas e dentes, e um certo movimento pró-consumo de produtos portugueses, com apelos até (!!!) ao boicote a produtos de alguns países.

É uma renovação de mentalidades? É passageiro agora que nos sentimos mais preocupados? Esperemos que seja o início de uma mudança de paradigma. Da maneira como somos e como nos vemos. E do que somos capazes de fazer.

Apesar de todas as campanhas institucionais destinadas a promover o consumo interno de produtos portugueses apenas agora vejo realmente uma procura pelo "560", o número inicial do código de barras dos produtos portugueses.

Só que "560" pode significar apenas que o produto é fabricado cá, ou é cá que é feito o assembling dos seus componentes.
Veja-se o caso deste cestinho com figos e amêndoas. Olhando para ele parece mesmo um produto tradicional português! Lendo com atenção a informação disponível ficamos a saber que os figos vêm da Turquia e as amêndoas dos Estados Unidos. Do cesto, por não ser um produto alimentar não sabemos a proveniência - do Oriente certamente!
E é assim que, utilizando o imaginário de "produto tradicional português" se continua a desequilibrar a nossa balança externa...
Chica-espertice? Ou pior do que isso: estarão mesmo as figueiras e amendoeiras do Algarve ao abandono?