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OVOS MOLES revisitados - velhos saberes, novos conceitos

Os ovos moles foram caindo para fora de moda. Por um lado vão contra a maré: o flagelo da obesidade e do excesso de peso, o colestral... de um modo geral este lifestyle que se vai instalando a favor de um estilo de vida saudável... verde, saladas, bróculos, aguinha, e muito desporto!
Mas a felicidade também dá saúde!
Com uma gastronomia gloriosa, os portugueses não esquecerão nunca que o segredo está no EQUILÍBRIO!
Para além destas questões de "modas", existem ícones da nossa gastronomia que vão resvalando para o esquecimento... mas há inovadores que aqui e ali vão revitalizando alguns deles.
O Boc'aboca (ainda por cima um termo de marketing agora muito na "berra": o WoM") aposta na nossa "cultura de mesa". Somos um povo que gosta de comer bem. Não comemos só para viver (que gente infeliz, os que comem por questões meramente "funcionais"...); este princípio, só por si, indicia um enorme espaço para a inovação... já que comer pode ser um ritual, mas os rituais podem ser renovados. Para velhos saberes procuram-se novos conceitos.
Os ovos moles do Boc'aboca têm formatos, cores e até sabores inovadores. Há hóstias coloridas, formatos (tradicionalmente ligados ao universo marítimo de Aveiro) diferentes, nomeadamente sazonais, e recheios de ovos moles "compostos": com, amêndoas, nozes... e o que mais há-de vir.
Varia, é menos doce, mais nutritivo... ou pelo menos mais indulgente - e sobretudo DELICIOSO!

LOJAS DE DESPORTO - NOVOS CONCEITOS

A busca de um estilo de vida saudável, hoje, já não é só uma questão de "saúde", mas também de lifestyle. Num mundo "cada vez mais obeso" a indústria da alimentação e bebidas inova através de propostas dentro de conceitos tidos como mais saudáveis e o desporto ganha contornos de "religião".
Em termos de consumo, o desporto é mais do que praticar alguma modalidade: treinos, ginásios... suar as estopinhas... É também um "estilo pessoal". É uma forma de vestir. Ter um "estilo desportivo" que dantes era ancorado na Lacoste ou na Fred Perry, vulgarizou-se hoje sobretudo com a massificação da oferta da Decathlon ou da Sport Zone. Já várias vezes me tinha interrogado o porquê da Decathlon só ter espaços hiper, passando ao lado do enorme fenómeno que são os Centros Comerciais em Portugal... Opções internacionais estruturadas em países onde (com pior clima) os CC não são fenómeno... E cá está! A Decat abriu portas no centro comercial Plenilunio, em Madrid. Esta loja com cerca de 800 metros quadrados oferece a mesma experiência do desporto em espaços comerciais mais pequenos que os da Decathlon. Também no mercado espanhol, este grupo francês lançou recentemente a Koodza, um conceito de loja de desporto a preços mais baixos. (primeiro espaço, abriu em Toledo) . O interessante é ver como um conceito "lifeStyle" acompanha as grandes tendências do retalho FMCG ao investir igualmente em lojas de proximidade e "hard discount".

De ZÉ POVINHO a "Kiko"?

Quase morria um bocadinho de cada um de nós quando se começou a falar do fecho da Fábrica de Faianças de Rafael Bordalo Pinheiro.
Não é a primeira vez que a Fábrica conhece maus dias: Do passado glorioso das peças do Autor e das criações para a Exposição do Mundo Português até hoje manteve-se a tradição, o nome, as faianças de couve, o Zé Povinho... mas não se evoluiu, não se inovou.
Tendo ícones tão emblemáticos torna-se mais fácil criar uma "marca de culto". Ainda para mais com a possibilidade sempre interessante de poder conjugar a criação de "mass products", como os pratos ou as terrinas, com peças de arte e decorativas como os animais gigantes... Faltou visão, inovação, marketing.
Uma vez mais se prova que não basta bons produtos, saber ancestral, garantia da qualidade. Há que escutar: Escutar o consumidor e ler as tendências das sociedades para acompanhar senão antecipar, com Inovação.
Inovação em produto, conceitos, processos, abordagens ao negócio. Inovação na procura de novos parceiros, designers, novas tipologias de clientes, novos mercados...
Sem nunca esquecer que as marcas de culto, se apoiam no passado para alavancar a projecção para o futuro - onde têm os olhos fixos - para a frente! Não para trás, nem para um passado que, um dia, foi glorioso.