Quanto mais vou trabalhando em projectos de Marketing e de Publicidade, de clientes sejam eles grandes ou pequenos, mais me convenço que a "Publicidade Tradicional" subsiste sobretudo porque a compra de media continua a assentar em "dados"!
As empresas definem um "target", contratam uma Agência de Meios e depois é só discutir shares e GRPs. Abstenho-me por hoje de me referir à validade destes indicadores...
O que me assusta é a insistência nos "targets etários"! Se a Apple fizesse publicidade tradicional para o Iphone que target definiria? É que este é o presente de Natal mais pretendido pelos miúdos a partir dos 6 anos...
Com um infinito acesso à informação e com a diluição das fronteiras etárias, o consumo é determinado pelos estados de necessidade, não pelo escalão etário, e cada vez menos pelo sexo (ou género... como agora se diz...)
A questão é que dá muito trabalho identificar "clusters" de interesses e de estados de necessidade, identificar "tribos" itinerantes (hoje não se pertence a uma tribo, vai-se pertencendo a várias, consoante o momento...), identificar, escutar e dialogar com quem quer que esteja disponível para a nossa Marca...
É também arriscado! O paradigma mudou, não se sabe bem para o quê... A questão é: arrisca a construir o que será o novo paradigma? ou vai continuar a investir com base em dados que até podem não ter relevância nenhuma?