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MUNDO EM MUDANÇA

A sociedade re-inventa-se, evolui e transforma-se hoje a uma velocidade que a maioria das empresas não está preparada para acompanhar.
Já Peter F. Drucker dizia: "As mudanças que as sociedades sofrem causam um impacto maior nas empresas do que as mudanças introduzidas pela gestão".

Isto porquê? Porque as sociedades são PESSOAS,  muito mais do que processos, deliveries, etc... E os clientes também são PESSOAS que têm estados de necessidades e seguem tendências que é preciso identificar.

 Por isto tudo tanto me admira ver  as empresas preocupadas sobretudo com o que a concorrência está a fazer, pelos seus processos.... e agora até na Inovação! Só que verdadeira inovação só é consistente num ambiente propício à Inovação. Com as PESSOAS certas, motivadas, empenhadas e alinhadas com os objectivos estratégicos da Empresa. 

E estas PESSOAS que são a "matéria-prima" mais importante  de qualquer empresa, sob o pretexto da "Crise", estão a ser desvalorizadas, atemorizadas e cada vez mais mal pagas. As empresas estão a entrar numa espiral descendente enquanto sonham com a espiral virtuosa da INOVAÇÃO.
In your dreams! Inovation is all about people. 
Inovação estratégica só existe quando se "dorme com as PESSOAS" que são os nossos clientes, quando se ouve e responde aos clientes.... e quando se proporcionam as condições necessárias às PESSOAS que trabalham para eles - ou seja - toda a organização!

TARGET? SEGMENTAÇÃO? O que é isso neste novo paradigma?

Quanto mais vou trabalhando em projectos de Marketing e de Publicidade, de clientes sejam eles grandes ou pequenos, mais me convenço que a "Publicidade Tradicional" subsiste sobretudo porque a compra de media continua a assentar em "dados"!
As empresas definem um "target", contratam uma Agência de Meios e depois é só discutir shares e GRPs. Abstenho-me por hoje de me referir à validade destes indicadores...

O que me assusta é a insistência nos "targets etários"! Se a Apple fizesse publicidade tradicional para o Iphone que target definiria? É que este é o presente de Natal mais pretendido pelos miúdos a partir dos 6 anos...

Com um infinito acesso à informação e com a diluição das fronteiras etárias, o consumo é determinado pelos estados de necessidade, não pelo escalão etário, e cada vez menos pelo sexo (ou género... como agora se diz...)

A questão é que dá muito trabalho identificar "clusters" de interesses e de estados de necessidade, identificar "tribos" itinerantes (hoje não se pertence a uma tribo, vai-se pertencendo a várias, consoante o momento...), identificar, escutar e dialogar com quem quer que esteja disponível para a nossa Marca...

É também arriscado! O paradigma mudou, não se sabe bem para o quê... A questão é: arrisca a construir o que será o novo paradigma? ou vai continuar a investir com base em dados que até podem não ter relevância nenhuma?

Marketing "online" e "offline"? Não, a vida real já integrou as 2 plataformas...


Dantes havia: TV, rádio e imprensa – offline e depois passou a existir também “online”. Há poucos anos (meses?) falava-se da integração do marketing “online” e “offline” como grande novidade…
Hoje esta separação é uma concepção técnica de Marketeers, uma divisão assente no “meio” e que é artificial, pois os consumidores têm as plataformas integradas no seu dia a dia e saltam de uma para outra com a naturalidade de quem vive uma vida em rede…
A conclusão é que a abordagem do “online” enquanto “meio” é errada porque tende a  assentar na tecnologia e suas potencialidades de utilização, e não na vivência do consumidor… Daí que seja redutor utilizar a Web como mero “espaço” para posicionar marcas e consolidar “brand equity”. 
O online pode ser, isso sim, um excelente motivador de compra, se, ao impulso de um contacto na net se puder associar o momento de compra (costumizada) imediato, localizações das lojas mais convenientes, existência de stock, etc, etc. 

in Taringa!
Comprar pode ser online ou numa loja, mas a experiência pode ainda ser partilhada e amplificada. Todos os dias surgem novas tecnologias, canais e aplicações e são as pessoas que lideram a sua utilização – não as Marcas (ainda...): as redes sociais e o buzz que podem provocar, as aplicações de localização e outras que possibilitam a interacção com as lojas estão a redesenhar a maneira como as Marcas se devem relacionar com os clientes.

Publicitários:  o hype não é a última aplicação para smartphone! Importante mesmo é perceber como é que isso pode ajudar a melhorar a experiência de compra do cliente! Importante é que a aplicação seja simples de utilizar e costumizada aos seus estados de necessidades e estilos de vida: alimentação, desporto, lazer e outros gostos pessoais…

A tecnologia é instrumental, não um fim em si (bem: para os geeknerds é…). O que nos interessa em termos de comunicação e marketing é escutar, ler, interagir e envolver o nosso consumidor…

Publicidade: O paradigma vai mudar a tempo?


Como consultora tenho sido chamada por Agências de Publicidade e por Marcas para colaborar em projectos de redefinição de estratégias de Marketing, e em alguns casos mais especificamente de comunicação e publicidade.

Uma conclusão se pode tirar: O futuro vai ser brilhante para as Agências de Publicidade e as Marcas que, com uma curiosidade insaciável arrisquem abraçar e construir a MUDANÇA! Esperar que ela chegue e “apanhar o comboio” não vai ser suficiente…

Neste mundo digital já não há fronteiras. Brand Managers, consumidores e publicitários têm que integrar-se num desafio quotidiano de mudança com os seus consumidores-co-criadores.
Estes consumidores-produtores-de-conteúdos-e-geradores-de-feedback-imediato são a verdadeira matéria-prima dos briefings criativos. Aos Brand Managers caberá o papel de integrar e alinhar com a estratégia da Marca. 
Num processo cada vez mais circular a própria estratégia de Marca (dentro da sua Visão) terá que ir integrando estes sucessivos desenvolvimentos. 

As campanhas terão um prazo de validade cada vez mais reduzido e formatos cada vez mais versáteis: já pouco se liga à TV, rádio e imprensa tradicionais, já nem sequer se navega na Net a partir de computadores, agora que anda tudo de Smartfones na mão: onde querem e sempre que querem…
O research, as tendências tudo tem que ser integrado muito rapidamente no processo de comunicação das Marcas. Não basta ser "caçador de tendências" As Marcas têm que surfar as tendências... e as ondas passam... e vêem outras...

Rápido. No momento. E as Agências de publicidade cujo negócio algures no tempo se tornou um modo de vida - caro - vão ter que repensar o seu negócio…
Porque as plataformas de “crowdsourcing” estão aí, o network, a vida em rede, as redes sociais criaram muitas dezenas de plataformas destas onde as marcas podem procurar recursos criativos em branding, design e por aí fora… até desenvolvimento de produto… os casos abundam e não é preciso ir longe, o Firefox é possivelmente o seu browser e um exemplo disto. 
Integrar Brand Managers, Agências de publicidade, crowdsourcing, expertsourcing… gera mais ideias e maiores probabilidades de criar boas ideias.  
E mais importante do que isso. Marcas que criam relações com consumidores e com plataformas de colaboração em massa estão a dar o primeiro passo para o tão falado “engagement”…

Qosmo & Cápsulas DELTA Q

Confesso que tenho um fraquinho por marcas portuguesas.
Afinal foram muitos anos a irritar a maior marca do mundo, a Coca-cola, com uma marca - Sumol - de um pequeno país com uma fraca capitação e a resistir à invasão...

in Delta Q Facebook fan page
Uma das marcas que mais me apaixona é a Delta. Esta marca, cujo consumo em bica nos cafés a poderia ter tornado numa "não-marca", soube tornar-se relevante no ponto de venda, criar publicidade relevante, soube internacionalizar-se...

Sabe ser portuguesa e, também, à dimensão do nosso país, medir forças com esse fenómeno global que é a Nespresso (incluir Clooney, Malkovish, cápsulas coloridas, máquinas giras, lojas "fancy" e budgets de comunicação à altura...)

Já tinha uma máquina para cápsulas Nespresso quando apareceu o conceito Delta Q.



Fiquei com pena... preferia esta marca portuguesa... depois de provar o café já nem com o Clooney a coisa me sabe tão bem...

in Delta Q Facebook fan page
Agora podia ainda ter uma máquina Qosmo UniQa.
Personalizada só para mim!
Já aqui tenho referido várias vezes que a costumização é uma das tendências mais relevantes no desenvolvimento de produtos.

Na página de fãs do facebook podem ver alguns exemplos destas personalizações. Claro que há umas com umas águias absolutamente deprimentes... ;)

SE VENEZA NÃO TIVESSE UMA PONTE, A EUROPA SERIA UMA ILHA

No seu "The city of the falling angels", John Berendt coloca estas palavras na boca do veneziano Mario Stefani.

E traduz magistralmente a mentalidade italiana que desenvolveu e lançou o MARTINI GOLD.




Numa conjuntura cinzenta e temerosa, a Martini contrapõe-se temerária. Em parceria com os italianos Dolce & Gabbana apresenta um produto "Premium" com cara de "topo de gama".

Num mundo triste e deprimido em que a maioria das empresas se limitam ao "existing business", ou lançam produtos commodity baratinhos e chinfrins, aparece-nos um filme publicitário que é uma grande produção, no tom habitual da extravagância italiana e com uma produção brilhante com o cenário mágico da belíssima Roma (muito no registo La Dolce Vita de Fellini). Uma celebração à beleza Italiana com Monica Bellucci e com as aparições surpreendentes de  Domenico Dolce e Stefano Gabbana. Pode ver a versão integral AQUI.

Uma estratégia de Marketing e Comunicação absolutamente dentro das tendências mais "hot":
  • PARCERIAS - o produto é  resultado duma "special friendship entre MARTINI®, Domenico Dolce and Stefano Gabbana".
  • STORYTELLING - as histórias são para serem partilhadas e aqui está a do Gold, entrevistas com o realizador, com a Bellucci, fotos, making of do filme...
  • GLOBALIZAÇÃO - Martini, da Itália para o mundo.
  • NOVAS TRIBOS - que vão partilhando interesses, estilos de vida
  • MERCADO COLABORATIVO - Espaços como os corners "Martini" nas lojas D&G de Milão ou Shangai.
  • AFFORDABLE LUXURY - a crise, a falência das instituições trouxe-nos para uma maior consciência do real. Produtos como este Martini Gold remetem para o aspiracional acessível a qualquer um...
  • DO IT YOURSELF - ensinam-nos a fazer o aperitivo perfeito.
  • SHARING -As marcas já não se limitam a passar os anúncios na TV. Hoje o buzz é muito mais importante. É por isso que existe o Canal  martinidolcegabbana no Youtube ...

Quem quer ser publicitário da NESPRESSO?

Agora já pode. 


O novo filme da marca com a dupla George Clooney&John Malkovish dá-nos a "sua versão" e desmultiplica as sequências para que cada um faça de publicitário por um dia e monte o seu próprio spot Nespresso.

Isto é estar dentro do novo paradigma da comunicação: Os clientes/consumidores habituaram-se a colaborar e a partilhar experiências, estão familiarizados com as tecnologias e daqui à "PUBLICIDADE COLABORATIVA" foi um passo!

Isto não é publicidade - é um BUZZ muito maior. E os dividendos que a Marca tira desta campanha vão muitíssimo para além do mero spot a passar no intervalo... seja do que for!

Muito à frente...



Esta é uma das minha "versões" se quiser ver o novo "filme oficial" da marca, o making of e fazer o seu próprio filme é AQUI




Rui Nabeiro e a Responsabilidade Social (muito antes de se ter começado a ouvir falar disto...)

Foto de Luis Pais Figueiredo
O Comendador Rui Nabeiro esteve ontem no "Prós e Contras"! Convidado a falar sobre a "Crise" e a "Responsabilidade Social" manteve com clareza a sua linha de raciocínio recusando os discursos  fáceis. Ele que tem um longo percurso de apoio tanto à sua terra como a terras mais distantes (quem não se lembra do "case" Delta/Timor?)

Com uma postura "what you see is what you get" (em português, claro, e com sotaque alentejano) notou-se a dificuldade em partilhar aquela "conversa de café"... continua a ser uma homem de acção.
E perante o que todos já sabemos o que quer é encontrar de entre trabalhadores, empresários, comunicação social, políticos, etc aqueles que estão interessados em "SERVIR". Aqui está um conceito claríssimo mas de que não se ouve falar. E a relevância deste poder de congregar vontades (dispersas) para atacar a solução de problemas não foi, obviamente, entendida pela moderadora...

Fiel ao seu distrito põe o dedo na ferida quando refere despudoradamente outros empresários de Portalegre que, fugindo às suas responsabilidades sociais deslocalizaram as respectivas indústrias para outras zonas...

 Continuo a simpatizar com a Delta. E com o Comendador. É notável como este empresário alentejano se mantém fiel a si próprio aos seus valores, às suas origens, um homem simples, arguto e com a aquela educação sem afectações de quem não tem que se "armar".



Só tenho pena de ter comprado uma máquina de cápsulas de café antes de ter  saído o conceito "DELTA Q".
Sobretudo agora com a possibilidade de personalizar as máquinas. Mesmo em cima de uma das tendências mais pertinentes do desenvolvimento de produtos - a costumização! Hei-de voltar a este tema!

Para já - bica, só nos cafés que servem Delta.

INOVAÇÃO: a educação promove ou atrofia?

O sistema educativo (não só português, mas de todo o ocidente) tem um desafio enorme pela frente: quer preparar-se para um novo paradigma de economia que ninguém sabe o que será, ao mesmo tempo que quer manter nos alunos a sua identidade cultural, num mundo cada vez mais global.

Com um sistema educativo desenhado no século XVIII, concebido para responder aos desafios da Revolução Industrial, vivemos hoje num mundo sempre ligado, com miúdos hiperestimulados com computadores, iPhones, consolas de jogos e centenas de canais de TV que tornam aborrecidas matérias ensinadas na perspectiva de que só há uma  verdade que cada um tem que saber (sem copiar!) num teste de avaliação individual. Contra natura numa sociedade de partilha, cada vez mais colaborativa e a valorizar o trabalho em equipa...

Numa escola de "respostas certas / respostas erradas" a capacidade de ter um pensamento criativo, ou divergente vai diminuindo conforme vamos sendo "educados" e com isso vai sendo atrofiada a capacidade de Inovação, de formular questões, de encontrar novas respostas a questões sempre novas... Desaparece o desassombro, afogado na convergência de pensamento :( 

Vejam esta excelente animação de uma das palestras do Ken Robinson

Público - Aceitamos a diversidade nos restaurantes, na arquitectura. Por que não na escola?

Público - Aceitamos a diversidade nos restaurantes, na arquitectura. Por que não na escola?

Foto de Pedro Cunha, in "Público"
"..para um país como Portugal, o futuro da economia será construído a partir do génio do povo, da sua criatividade em criar novas empresas, novos trabalhos, novas infra-estruturas. A criatividade é o coração de tudo isso, do descobrir novas oportunidades...Todo o crescimento económico tem por base o engenho humano. Quanto mais pudermos inovar, melhor!"

Neste excerto sobre Portugal Ken Robinson, conhecido sobretudo pelas suas ideias inovadoras em relação à educação, descreve os sistemas educativos ocidentais como assentes em conceitos de eficiência como se da indústria automóvel se tratasse... esquecendo "O ELEMENTO" aquele estado em que se juntam as coisas que adoramos fazer com as coisas em que somos bons". É neste ELEMENTO que a criatividade tem o seu terreno. Não em escolas com um clima de medo e desânimo entre os professores (a "Educação" são sobretudo os professores, não o Ministério) e todo um sistema educativo orientado para as estatísticas...  

Como muito se tem falado em Portugal Ken defende também que "o futuro depende da capacidade de inovar, criar novos tipos de emprego, novas oportunidades. É o que a China, Singapura, Hong Kong estão a fazer: investir na criatividade, na inovação, nas novas ideias. A criatividade permite desenvolver a imaginação, dá poder para pensar de maneira diferente."

UMA PÁGINA DE FÃS NO FACEBOOK PARA QUÊ?!?!?

Estar nas redes sociais continua a ser moda! Às agências de publicidade e comunicação não param de chegar briefings neste sentido.

eoublog
A questão é? Sabem porquê e para quê?

Estou a ficar com a sensação que a maioria das marcas não percebeu ainda o que é o "go social". As redes sociais não são uma maneira mais barata de transmitir conteúdos.


O conceito de "social" implica uma RELAÇÃO e portanto monólogos estão aqui fora de contexto. As marcas que querem estar nas redes sociais têm, antes de mais, de se preparar para criar relação, para interagir, para partilhar. As redes sociais não são uma maneira mais barata de fazer publicidade ou de publicar press releases!

Tenho a certeza que quem quiser ter uma postura relevante nas redes sociais precisa contar com um grupo muito grande de "adeptos internos".
A produção de conteúdos tem que ser constante e relevante o suficiente para provocar a interação.
Depois, não basta dispor das ferramentas de monitorização e análise. É preciso (muitas vezes em tempo real) estar atento ao feedback externo. É preciso responder a eventuais questões que se levantam.
É preciso identificar insights e oportunidades e integra-los com o Marketing, nas ferramentas de CRM, nos Estudos de Mercado, RP, Business Intelligence... agora! amanhã já ninguém quer saber do twit de hoje...

Posto neste termos parece-me improvável que a presença nas redes sociais possa ser tarefa de uma só pessoas. As empresas que terão presença significativa (leia-se positiva) nas redes sociais são aquelas que começaram este  projecto com o alinhamento interno dos colaboradores, que os motivaram para os seus objectivos estratégicos, que conseguiram que eles vestissem a camisola para serem capazes de em qualquer rede social ou fórum partilhar a visão da Marca. A presença nas redes sociais só faz sentido enquanto decorrência de todo um novo paradigma.
Isto é muito mais que uma página de fãs no Facebook com  posts insípidos e irrelevantes dia sim dia não...

GERAÇÃO "G". Ganância ou generosidade?

Gekko Gordon volta, mas o mundo é muito diferente agora...

A falência das instituições, o terrorismo, a recessão económica... trouxeram o mundo para uma noção de realidade que deixa de apreciar o glamour dos milhões de WS. Está a instalar-se na sociedade um certo pudor consumista. Longe vão os anos da insana exibição do dinheiro gasto. A consciência do real dita hoje um consumo mais racional, a premência da poupança...

Hoje a "ganância" de Wall Street já não é tão sexy e a recessão trouxe a letra "G" para as antípodas da "generosidade".

Do lado das empresas a Responsabilidade Social começa a criar hábitos de Gestão relacionados com as preocupações ambientais e sociais (tanto com os empregados como com a comunidade em geral).

Ao mesmo tempo a sociedade "sempre ligada" em que vivemos favorece a partilha, o engagement e a colaboração.... Este novo modo de estar significa a troca do status do "ter" pelo "reconhecimento": a troca de status pela posse de um determinado carro, pelo reconhecimento dos "likes" no facebook, ou pelo nº de fãs ou page views de um blogue...

Esta é uma tendência que as empresas precisam ter em conta quando (re)pensam os seus negócios e as suas abordagens a clientes e consumidores.

Os consumidores perceberam as consequências económicas da "Ganância" - esta noção do real está a tornar a "GENEROSIDADE" num dos mindsets mais influentes em termos sociais e afastar o discurso do "Eu" para um discurso de "COMUNIDADE"...

APPLE - O poder de uma LOVE BRAND

Steve Job e companhia estão a conseguir uma impressão significativa na mente da "próxima geração".

Segundo o DURACELL KIDS REPORT sobre o que querem para o próximo Natal 39% dos ingleses mais pequenos entre os 5-16 anos, disserem querer produtos da Apple:

geekosystem
1) iPhone 4 (14%)
2) iPod touch (13%)
3) iPad (12%)

Considerando que há uma clivagem entre os mais pequenos 5-8 anos e os mais crescidos 12-16, concluí-se que os jovens não são já a "próxima" geração Apple - são já Brand Fans...

... Más notícias para a Playstations, Barbie, Lego, Nintendo... esta última não aparecendo sequer no TOP10!

INOVAÇÃO? COMEÇE POR CRIAR UMA CULTURA DE INOVAÇÃO

De repente toda a gente quer Inovar! A Inovação é o novo D.Sebastião! Há sempre um a atravessar a bruma...! E é desta! É este que nos vai salvar !!!!!!!!!!!!!

Dificilmente! A Inovação floresce numa cultura própria.
Portugal e as suas Empresas têm dificuldade em criar um ambiente que promova a Inovação. Criatividade e "ter ideias" é outra coisa... isso é fácil! Em Portugal então é o que não falta... !

Desde logo a cultura do consenso para que resvalamos. O medo do conflito! 
Mas as equipas inovadoras nunca estão de acordo entre si! Desafiam-se, lançam novas ideias para a arena sem medo do erro nem da discussão. Sem medo do disparate! Sem medo do ridículo! Ridículo é não ter ideias! Ridículo é fazer como sempre se fez!
Como promover equipas inovadoras?
  • Boas ideias não caem do céu. Para serem relevantes precisam de uma "cultura do conhecimento". A organização precisa partilhar uma mesma Visão e conhecer os objectivos estratégicos. O conhecimento tem que ser real. (no meu trabalho de consultora deparo-me com muitos "mitos urbanos" a serem tomados como "conhecimento"...)
  • Promover a cultura das boas ideias - só é má ideia não ter ideias! Afinal só há uma certeza - fazer até aqui trará os mesmos resultados. O paradigma mudou. Precisamos novas maneiras de fazer... Ideias controversas são motivadoras. E nem sempre vêm da respectiva área de trabalho. 
  • Assegure o respeito pelas ideias. Não é nada pessoal pois o focus da discussão é o conteúdo. Promova o desassombro. Não se leve demasiado a sério e promova esse comportamento no resto da equipa. A Inovação floresce num clima positivo e com sentido de humor. Não precisa ser o Líder para fazer isto. Este é o tipo de atitude contagiante que apenas precisa ser apoiada pela Gestão de Topo para se espalhar pelas organizações.
  • A Inovação precisa de liderança próxima. A Gestão de topo tem que estar empenhada. Tem que assegurar que as boas ideias são realmente discutidas e implementadas quando e se oportuno.  E tem que garantir que da discussão entre áreas  não perduram ressentimentos. Liderar é optar e nunca ninguém gosta de ver a ideia do vizinho ir em frente e a sua enfiada na gaveta...

Fazer como até aqui trará os mesmos resultados


Intenso o trabalho que tenho feito em consultoria, sobretudo agora nesta fase de planeamento do próximo ano.

Desbloquear. É sobretudo isto o que tenho feito!

Analisar e fazer o diagnóstico. Até aqui estamos todos de acordo.  A partir daqui as empresas entram em depressão. É só problemas: com o retalho, com fornecedores, clientes, quotas de mercado, margens II a baixar... Quem vem de fora consegue então aperceber-se que o Plano do ano seguinte não é um Plano. É um somatório de respostas táticas a problemas identificados este ano!

 O Plano é assente em cima problemas! Ora o Plano não deveria ser mais estratégico? Onde estão as grandes vantagens competitivas? Qual é a nossa diferenciação? Quais as forças que se destacam? O que fazemos bem e que ainda poderíamos fazer melhor? É claro que estas questões são muito mais motivadoras para o planeamento do ano seguinte do que "problemas"!

Haja ou não na Empresa um processo de Planeamento, e seja quais forem as ferramentas utilizadas para isso, a minha recomendação para quem está a planear o ano seguinte é:
  1. Analisem e façam o diagnóstico.
  2. Reflitam antes de começar a agir. Mas não sejam defensivos. Os problemas são para ser levados em linha de conta, mas não os drivers da acção! Identifiquem as Forças, as Linhas de acção (2 ou 3)  que vão "fazer" o próximo ano.
  3. Decidam o que vão fazer diferente. Se continuarem a fazer como até aqui vão obter os mesmos resultados. Ou piores. Inovem. Criem uma cultura de inovação nas vossas empresas. Inovação em produtos, abordagem a clientes, novos mercados. Inovação em processos. 

Comecem por inovar no processo de Planeamento! Lembrem-se que não é preciso reagir a todos problemas. Alguns não têm solução. Ponto.
Focus: vantagens e forças! Sejam selectivos quanto ao que vão mudar. Definir planos de acção para todas as questões é uma tremenda perca de tempo numa fase de planeamento estratégico. Deixem isso para as vossas equipas!

Sobretudo tenham em atenção que embora as pessoas tendam a motivar-se com objectivos ambiciosos, objectivos demasiado grandes e com resultados num futuro demasiado longínquo podem ter o efeito contrário.

Dividam o objectivo grande em 2 ou 3 milestones. Estes objectivos parcelares permitirão criar oportunidades de celebração e motivação intercalares. Ao mesmo tempo, e num mundo em que as variáveis mudam constantemente estes momentos serão também  momentos de reflexão e, caso se justifique, de re-alinhamento do objectivo inicial. 

Envolva as pessoas que têm responsabilidades de planeamento e outras que não são habitualmente envolvidas. Encontre as pessoas que, dentro ou fora da organização, lhe tragam visões novas e abordagens diferenciadoras.

Experimente esta pergunta: "Que pequenina coisa é possível implementar que faça uma maior diferença"? Sem megalomanias :)

Q-Day 2010: Inovação AAA+


Há empresas que têm tudo para dar certo. Empresas portuguesas! Num país meio deprimido meio paralisado isto são boas notícias!

A Quid-Gest  é uma empresa portuguesa que desenvolve soluções à mediada na área das tecnologias de informação. Estão a ver o SAP? Não tem nada a ver…

 Percebo que quando não se sabe bem o que fazer é mais cómodo (sejamos claro: é menos arriscado…) comprar uma solução já testada internacionalmente - isto é  verdade para os modelos financeiros das grandes companhias internacionais de Consultoria, para as estratégias globais de Marketing ou para as soluções SI.
A questão que se coloca é: como é que uma mesma solução pode servir para uma petrolífera americana e para uma PME portuguesa? Eventualmente não pode. Mas no caso de dar para o torto torna-se mais fácil titubear desculpas ombro a ombro com um “gigante” internacional… 

Ou seja, a escolha do fornecedor não é feita na perspectiva de encontrar a melhor solução, mas na da melhor desculpa para o caso de correr mal !?!?!!?!!! 
 Tem também o aspecto “social” ser convidado para os eventos, “Chiques a valer” como diria o Dâmaso Salcede…! E pelam-se pelos eventos da SAP... ;)

Vem este post a propósito de mais um Q-DAY, organizado pela Quid-Gest. No passado dia 8, no Museu da Electricidade. Gostei! Outra vez.
Uma organização impressionante, assente sobretudo na "prata da casa". Mas profissional! 
Das apresentações in home, às do professor catalão José Maria Viedma, a Inovação, a Gestão da Mudança, soluções de negócio inovadoras, desafios para "abanar a paralisia" ... deixaram muitas ideias no ar, algumas das quais vou "apanhar" em próximos posts :)