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Superbock - o triunfo da coerência

Quando acabei a faculdade já assistia ao Festival dos filmes publicitários premiados em Cannes. Na altura aquilo servia sobretudo para nos abespinharmos com a grande diferença entre aqueles filmes e os que por cá se faziam... A TV era o meio por excelência e nem havia quem pensasse em fazer "mass comunication" de outra forma...

Não é portanto de admirar que quando a Superbock apareceu com um estilo de comunicação de que se apropriou e ainda por cima num meio que não a televisão, tivesse feito "história". Mais, o que continua a fazer é a coerência de Marca que leva a que, 20 anos depois, a linha estratégica, visual e de relação com o consumidor ainda se mantenha... Este verão uma vez mais os outdoors da Superbock fizeram-se notar!
Lição: quando se identifica uma linha de sucesso, podem mudar os directores de Marketing e até os CEOs, mas não se estraga o que foi (bem) feito. Até porque as pessoas passam pelas Marcas, mas as Marcas é suposto continuarem...

What´s the real thing?

"There is no objective reality. There are no facts.... All exists in the world of Marketing are perceptions in the minds of the costumer or prospect. The perception is the reality. Everything else is an illusion." Al Ries & Jack Trout

Estádios Sagres

Tanto quanto me lembro o início da ligação da Sagres ao Futebol foi com o patrocínio da selecção: naqueles tempos em que por norma não nos apurávamos, ou no máximo chegávamos à fase de Grupos e dali não passávamos. Na altura espantava-me quando ouvia falar no investimento que representava esse patrocínio e sobretudo o pequeníssimo retorno que me parecia que a Sagres dali retirava.
As boas notícias para a Marca é que mesmo não sabendo muito bem, na altura o que fazer com “aquilo” apostou que aquele era um boa caminho e manteve-se lá até saber (até alguém saber…) tirar desta ligação maiores dividendos. O patrocínio à selecção estende-se agora à Liga de Futebol Profissional e como há verdades que continuam verdades, a Sagres percebeu agora que para ter retorno de um qualquer patrocínio, normalmente é preciso investir à sua volta outro tanto. É assim que ouvimos falar agora dos Estádios Sagres”: Serão cerca de 1000 pontos de venda Horeca com decoração especial e oferta de prémios à volta desta plataforma.
Ou seja, do apoio à selecção, aos anúncios junto aos jogos da Liga ao relacional no ponto de venda este patrocínio aparece finalmente sob a forma de um approach integrado e com sentido. Será que é desta?

What's new?

Será que ainda há espaço para o sucesso construído "one step at a time"? É que o sucesso parece ser cada vez mais efémero...
Qual o focus das organizações que buscam o sucesso? Sobretudo já não pode ser o "o produto" já que este leva quase sempre à questão da qualidade. Ora, hoje a qualidade já é uma commodity, os consumidores têm-na como um dado adquirido, sobretudo desde, e porque, aderiram às marcas de insígnia ou de 1º preço dos discounts.
Hoje, com consumidores cada vez menos fiéis, apostar na "Marca", tem também cada vez menos retorno... a menos que se seja A marca, o líder destacado da categoria.
Neste contexto as marcas lideres tenderão a ser cada vez mais líderes e as "in between" cada vez mais irrelevantes. E agora? A solução deverá estar na identificação de novas categorias, identificar "A" categoria onde a nossa marca consiga ser relevante.
E o que é a relevância hoje em dia? Bem aparentemente ninguem anda à procura do "melhor" - toda a gente apenas quer ser o primeiro a saber "what's new"... Num mundo "online" será que o trigger é "ser o primeiro a saber", "o primeiro a divulgar", e será que é aqui que está o mecanismo que falta às marcas para conseguir a adesão? Nem que não sendo para a vida, seja por algum tempo?