"The Company man" passou relativamente despercebido entre nós. E contudo é um filme bastante realista sobre "a crise" actual. A crise que despede milhares de trabalhadores e descarta a actividade produtiva, enquanto os headquarters se mudam para novas instalações... porque é importante "manter as aparências" para "os mercados"!
Como consultora deparo-me com empresas que se debatem com dificuldades e mostram uma grande incapacidade para repensarem os respectivos negócios à luz do enquadramento real e insistem em participar em Feiras sem qualquer retorno apenas porque deixar de ir seria admitir a existência de problemas e se recusam a ter a sede junto às fábricas, onde está o "negócio real" para manter um status quo que não se traduz em nada... e por aí em diante.
Trabalhar em INOVAÇÃO tem tornado bastante claro que muitas empresas portuguesas, antes de pensarem em "produtos inovadores", têm de repensar os seus modelos de gestão, de criar culturas inovadoras, potenciar as relações de cooperação (e mesmo de coopetição) com clientes, fornecedores e colaboradores ...de construirem organizações inovadoras!
E sobretudo de ter a noção clara de que o que nos trouxe até aqui foi uma "anti-economia" assente em produção de riqueza, mas não na produção de valor. Apenas a produção de valor é sustentável e constrói a perenidade dos negócios. Tal como no final deste filme - recomeçar em cima dos valores reais...